Mesmo com seca extrema, lavoura de girassol volta a fazer sucesso
Estiagem prejudicou germinação, floração e crescimento do girassol; diferentemente do ano passado, as flores estão menores, secas e murchas, mas, mesmo assim, o cenário rende dezenas de cliques por dia
| CORREIO DO ESTADO / NAIARA CAMARGO
Os girassóis estão de volta para embelezar as fotos e atualizar as redes sociais dos campo-grandenses.
Cerca de 10,5 milhões de pés de girassóis formam um verdadeiro 'tapete amarelo' em uma área de 210 hectares da Fazenda Cinco Estrelas, localizada em uma estrada de terra que fica entre a BR-060 e BR-262, em Campo Grande.
O local virou ponto turístico ‘temporário’ entre os meses de agosto e setembro. Dezenas de pessoas visitam a plantação diariamente para fazer ensaios fotográficos de casamento, gestação, noivado, 15 anos ou simplesmente atualizar o feed das redes sociais. Em 2018 e 2023, a plantação bombou nas redes sociais pela beleza da imensidão amarela .
É possível contemplar o mar de girassóis e fazer lindos cliques, de graça, a qualquer hora do dia. Mas, os interessados em garantir a foto, devem correr pois as flores irão fechar já nos próximos dias.
Diferentemente do ano passado, as flores estão menores e mais secas. Possuem, em média, um metro de altura e estão a cerca de 15 centímetros uma da outra.
A seca tem impactado negativamente a germinação, floração e crescimento dos girassóis. De acordo com o gerente da fazenda, Carlos de Lima Rosa, a seca prejudicou 90% da plantação.
“Os girassóis estão baixinhos e secos porque pegaram 90 dias sem chuva depois de plantados. É muita seca. Conseguimos manter eles do jeito que estão com micro nutrientes, nitrogênio, fungicida para pelo menos florir um pouco e talvez conseguir colher um pouquinho ainda. Daqui para frente só para trás, o girassol vai morrer. Vamos colhê-los daqui uns 40 dias para pelo menos cobrir o que gastamos em semente e veneno”, lamentou o agricultor ao Correio do Estado.
O gerente da fazenda afirmou que os cliques continuam bombando e pediu para que a população não estrague a plantação.
“Aqui está que nem formiga de gente vindo tirar foto. Está bonito, mas não como no ano passado. Ficou bom para as pessoas tirarem foto. A gente só pede para que o povo respeite, não quebre e nem leve os girassóis, pois a gente comercializa”, explicou.
O girassol é uma planta da família Asteraceae e do gênero Heliantheae. É nativo da América do Norte.
É uma planta anual, que nasce, cresce, floresce uma vez por ano e morre logo em seguida.
De acordo com o biólogo Pedro Isaac, a planta tem cerca de dois metros de altura e o recorde, já registrado no mundo, é de nove metros. Mas, em épocas de seca, pode não alcançar nem um metro, como aconteceu neste ano.
É rico em reserva energética e estrutural, como açúcares, proteínas e ácidos graxos, sendo estes a matéria prima do óleo.
De acordo com o biólogo, o óleo é retirado da semente do girassol para consumo humano.
“No entanto, como o maior produto consumido é o óleo, naturalmente pode causar alguns problemas, contribuindo para a obesidade, doenças cardiovasculares, entre outras”.
As sementes também são utilizadas como alimento para animais, especialmente aves de estimação como periquitos e canários.
'Seu cultivo é tanto devido à importância na indústria alimentícia quanto pelo uso ornamental por causa da beleza', explicou o biólogo.
É cultivado com matéria orgânica. 'Não é das plantas mais exigentes quanto à adubação, podendo usar estrume, fertilizantes químicos e chorume de composteira, mas é bom sempre lembrar de diluir estes dois últimos e nunca usar fertilizantes demais, pois podem causar queimaduras químicas ou até intoxicar a planta' detalhou o Pedro Isaac.
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