Seca castiga e milho 2ª safra em MS fecha com queda de 40,5% na produção

Foram de 8,457 milhões de toneladas deste ano contra 14,220 milhões de toneladas do   ano passado. Os números foram divulgados nesta terça-feira, 24

| JOSé ROBERTO DOS SANTOS / CAMPO GRANDE NEWS


Plantação de milho seguinda safra em Mato Grosso do Sul; calor forte e seca afetaram produtividade. (Foto: Divulgação/Aprosoja-MS)

O Projeto Sigo-MS (Sistema de Informações Geográficas do Agronegócio) fechou o levantamento da colheita de milho de segunda safra 2023-24 em Mato Grosso do Sul e apontou uma queda 40,5% na produção, em relação ao ciclo anterior. Foram de 8,457 milhões de toneladas deste ano contra 14,220 milhões de toneladas do   ano passado. Os números foram divulgados nesta terça-feira, 24.

A causa apontada pela Aprosoja-MS (Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul, em nota técnica emitida à imprensa, foi a seca que atingiu as lavouras em diversas fases de desenvolvimento da planta. O resultado disso é que a 2ª safra do milho no atual ciclo registrou uma média ponderada de 67,05 sacas por hectare, em 2,102 milhões de hectares plantadas. Resultado bem aquém do ciclo 2022-23, quando o milho 2ª safra rendeu uma média de 100,64 sacas por hectare, numa área plantada de 2,355 milhões de hectare. Nos últimos 10 anos foi a melhor média de produtividade registrada em MS.

As médias ponderadas de produtividade por região foram as seguintes: 110,64 sc/ha na região norte, que representa aproximadamente 10,6% da área monitorada pelo projeto; 67,3 sc/ha na região central, que corresponde a cerca de 20,9% da área acompanhada pelo Siga-MS; e 60,22 sc/ha na região sul, que abrange aproximadamente 68,5% da área de cultivo monitorada pelo projeto.

O clima foi decisivo para a queda na produtividade das lavouras. A seca impactou mais de 800 mil hectares no Estado, e fez com que  Mato Grosso do Sul registrasse a 3ª pior produtividade dos últimos 10 anos.

“Mais de 50 cidades de Mato Grosso do Sul produziram abaixo da média. A situação do produtor rural que já não era das melhores com a primeira safra 2023/2024 de soja, se agravou com a safra de milho. Muitos agricultores solicitaram renegociação das dívidas com os bancos para que pudessem ter fôlego para a primeira safra 2024/2025', pondera o presidente da Aprosoja-MS, Jorge Michelc, em boletim distribuído à imprensa em boletim.

Região norte tem alta produtividade

De acordo com o documento, a região norte, que inclui as cidades de Alcinópolis, Aparecida do Taboado, Costa Rica e Chapadão do Sul, foi a que apresentou a maior produtividade. A média ponderada na região foi de 110,64 sc/ha, que representa aproximadamente 10,6% da área monitorada pelo projeto Siga-MS; na região central, a média ponderada foi de  67,3 sc/ha, o que corresponde a cerca de 20,9% da área acompanhada pelo Siga; e 60,22 sc/ha na região sul, que abrange aproximadamente 68,5% da área de cultivo monitorada pelo projeto.

 “A queda de potencial foi causada pelo estresse hídrico nas principais regiões produtoras do estado, como o centro e o sul, que juntas representam 89,4% da área de milho na 2ª safra. Nessas regiões, houve municípios que produziram entre 0 e 86,9 sc/ha. Ao analisar os municípios dessas áreas, observa-se que o tamanho da área influencia negativamente a produtividade. Municípios-chave como Dourados e Ponta Porã, que representam 8% da área cada um, apresentaram uma média entre 57 e 62,1 sc/ha. Em contraste, os municípios de Rio Brilhante, Sidrolândia e Maracaju, que juntos representam 26% da área, mostraram uma produtividade média mais elevada, variando entre 71 e 86,9 sc/ha', explica o coordenador técnico da Aprosoja/MS, Gabriel Balta.

Houve uma drástica redução na produção do milho 2ª safra 2023/2024 em Mato Grosso do Sul. Os produtores iniciaram a semeadura em janeiro de 2024, concluindo-a em maio de 2024, três semanas após o ciclo anterior. A pouca chuva entre janeiro e julho resultou em uma significativa redução do potencial produtivo, afetando os períodos fenológicos mais suscetíveis ao estresse hídrico.

“A produtividade média de 67,05 sc/ha impacta diretamente o fluxo de caixa dos produtores, dificultando investimentos em suas propriedades e a manutenção da sustentabilidade no cultivo. Ao cruzar os dados do custo de produção no Estado, que é de 122 sc/ha para cobrir todas as despesas, fica claro que o produtor que iniciou o plantio do milho como abertura para a área de soja está totalmente descapitalizado com essa média', podera Michelc.

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