‘Parte de mim também morreu’: A 5 dias de júri por morte de Sophia, pai fala sobre a dor da ausência da menina
O padrasto e a mãe da menina vão a júri nos dias 4 e 5 de dezembro
| MIDIAMAX/THATIANA MELO
“Uma parte de mim também morreu', disse Jean OCampo, ao falar da morte trágica da filha Sophia OCampo, aos 2 anos, no dia 26 de janeiro de 2023. Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim, mãe e padrasto de Sophia, vão a júri nos dias 4 e 5 de dezembro.
Dois anos em que Jean não ouve a risada de felicidade de Sophia, não pode observar a filha brincando, dormindo, não pode abraçar e beijar a criança, que foi torturada pelo padrasto que também é suspeito de ter estuprado Sophia. ‘Ela era meu sonho', diz Jean.
“A falta que Sophia faz para mim e para Igor é imensurável. Ela era um sonho, um pedaço de mim, que foi arrancado brutalmente no dia 26 de janeiro. Desde então, não foi apenas ela que se foi… uma parte de mim também morreu naquele dia', falou ao Jornal Midiamax.
Ele fala que está tentando ressignificar outras coisas em sua vida após a partida de Sophia. “Dois anos em que tenho lutado para sobreviver', fala. Jean ainda conta sobre a saudade e a alegria que Sophia levava para a casa e que agora está vazia.
“Espero, do fundo do meu coração, que os dias 4 e 5 de dezembro marquem o início da Justiça que Sophia e todos nós merecemos', terminou Jean.
O casal está preso desde a época do crime, que gerou repercussão em Mato Grosso do Sul e em todo o Brasil, quando Sophia deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, já morta nos braços da mãe, no dia 26 de janeiro de 2023.
Durante o andamento do processo, a defesa de Stephanie tentou por várias vezes a anulação do júri popular, mas teve os pedidos indeferidos pela Justiça. Assim, o julgamento foi mantido para o próximo mês, com 12 testemunhas que devem ser ouvidas pelos jurados e um esquema de segurança reforçado.
A sessão está marcada para iniciar às 8 horas da manhã do próximo dia 4, com permissão da presença do público limitada e por ordem de chegada. Entre as testemunhas arroladas, estão um investigador de polícia, uma médica e um médico legista, que serão ouvidos no primeiro dia.
No dia 4, pela manhã, estão previstas duas testemunhas do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e outras cinco da defesa de Stephanie. E a partir das 13 horas, serão ouvidas as cinco testemunhas de Christian.
Após a oitiva, os réus serão interrogados e, segundo o Tribunal do Júri, podendo se estender até a noite. Para o dia 5 de dezembro, estão previstos os debates da acusação e defesa dos réus, que deverão ocupar todo o dia. Em seguida, ocorre a votação dos quesitos e, por último, a sentença que pode condenar ou inocentar o casal pela morte de Sophia.
Além da morte da pequena Sophia, Stephanie e Christian foram condenados a quatro anos pelo crime de maus-tratos contra o cachorro da família, morto em maio de 2022.
O casal foi denunciado pelo MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) no dia 28 de setembro e condenado no dia 1º de novembro pela 6ª Vara Criminal.
O crime aconteceu entre os dias 1º e 4 de maio, quando o cachorro estava defecando sangue em casa, conforme a denúncia, a mãe e o padrasto de Sophia não buscaram atendimento médico veterinário, deixando o animal sem alimento e amarrado com um fio curto na área de serviço do imóvel. O local estava repleto de fezes.
A sentença foi assinada pelo Juiz de Direito, Márcio Alexandre Wust, que condenou Christian e Stephanie a dois anos de reclusão, cada um, dez dias-multa e proibição de ter guarda de animais. O valor da multa foi fixado em 1/30 do salário mínimo vigente à data dos fatos.
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